quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Cores e a Medicina

A luz e a cor, na medicina e na vida

Fez-se a luz e tivemos a vida. O poder da luz sobre o planeta é conhecido há muitos milénios. Sem ela não há ar, calor e visão, enfim não há vida. Não é sem razão que quando uma criança nasce se diz: A mulher deu à luz.

Na natureza, a energia luminosa é uma determinada faixa dessas ondas electromagnéticas que vem do espaço, com diferentes comprimentos de onda, que nos permite ver as cores.

Os antigos povos do Egipto, Grécia e Roma já relatavam e aplicavam as influências das cores sobre os humanos. E foram eles os primeiros, que se saiba, a utilizar a cromoterapia. No Brasil, o estudo mais sério do emprego clínico dessa terapêutica começou na década de oitenta com o professor, Dr. Ito Chinen (Hospital Emílio Ribas). Ele dizia “que a cromoterapia é uma conduta terapêutica que visa utilizar a energia luminosa das cores para trabalhar a energia vital do paciente”. Segundo ele, várias são as formas de se actuar sobre o paciente usando o efeito energético das cores. Na ambientação, através da escolha da cor nas paredes de consultórios, escritórios, salas hospitalares, na cor das roupas dos médicos e atendentes, e na acção mais efectiva, quando da aplicação directa da luz colorida directamente sobre a área doente.

É de conhecimento geral a utilização dos raios infravermelhos para tratamentos de processos inflamatórios e dolorosos das articulações, como nas bursites, tendinites e processos pélvicos. Muitos sabem das propriedades dos raios ultravioleta como método esterilizante e bronzeador, além da influência na produção na pele da provitamina D, no combate ao raquitismo e à osteoporose. Cada cor tem reflexos orgânicos e psíquicos provocados pela acção da frequência de comprimento de onda, que ao vibrar libera energia, resultando algum tipo de resposta sobre o indivíduo.

As técnicas de aplicação dessa medicina alternativa, a cromoterapia, complementar aos tratamentos médicos convencionais, variam de país para país, dependendo dos conhecimentos, da tecnologia e dos aparelhos disponíveis.

Segundo o Dr. Chinen, a cromoterapia pode ser utilizada principalmente onde há disfunções orgânicas e emocionais como gastrites, vesícula preguiçosa, ansiedade, stress, asma e em alguns problemas de ordem mental. Para uma boa resposta ao tratamento é necessário um diagnóstico preciso, uma orientação e acções acertadas.

Antigamente, as Senhoras chamavam à maquilhagem a "caixinha da saúde"

Para ilustração, pode-se dizer que:

O VERMELHO – tem acção orgânica altamente estimulante, que ajuda a restabelecer a energia vital e a abrir o apetite. É uma cor recomendada em certos casos para os asténicos e hipotensos (aqueles que têm pressão baixa)

A COR LARANJA – é favorável para os depressivos, estimula os batimentos cardíacos, o metabolismo ósseo e o digestivo.

O AMARELO – actua estimulando o intelecto, o metabolismo ósseo e ajuda nas disfunções hepáticas.

O VERDE – pode ser usado para transmitir equilíbrio e tranquilidade. Estimula a função hepática e a cicatrização de tecidos.

O AZUL CLARO – tem acção relaxadora sobre os nervos, melhorando a ansiedade e a hipertensão (pressão alta).

O AZUL PRÚSSICO – ajuda na recuperação dos processos infecciosos, actuando como analgésico e sedativo.

O VIOLETA – muito utilizado como anti-séptico (raios ultravioleta) e regenerador tecidual, principalmente nos tumores e sistema nervoso.

Na Índia a cromoterapia tem, já há muito tempo, respeito e credibilidade como auxiliar terapêutico. Nos Estados Unidos, Europa e Brasil, é uma conduta que está engatinhando como opção à terapia convencional ou como coadjuvante à terapia tradicional.

Os efeitos psicológicos das cores sobre o sistema emocional do indivíduo são marcantes. Quando se usa o vermelho para pintar as paredes, chama-se a atenção, mas a sensação desencadeada é desagradável de opressão e peso, o que é desaconselhável a quem tem claustrofobia. Mas ao mesmo tempo sabe-se que é uma luz poderosa que estimula os batimentos cardíacos, excita e que activa a concentração. Quem é que não reparou na atenção que essa cor desperta na criança pequena ou no “marmanjão” quando vê uma “dona” vestida de vermelho?

Já o azul e a turquesa são cores frias que criam ambientes agradáveis e calmos que propiciam ao relaxamento.

A cor preta e a branca são cores extremas que têm a potencialidade de absorver ou reflectir toda a cor. Usadas de uma forma monocromática são desagradáveis, precisam de alguma outra cor para contrastar e equilibrar a visão.

A cor violeta psicologicamente age como protectora e relaxante. Estimula e instaura o equilíbrio orgânico. Já o verde, apesar da beleza e integrar o individuo à natureza, é terapeuticamente uma cor morta. A luz pura remete a pessoa ao passado, não é aconselhável ao triste e deprimido. O laranja alegra, estimula o movimento e a acção. Nos ambientes de trabalho deve ser bem orientada, na medida do que se espera naquela função, pois facilita também os acidentes.

Conhecer as cores e seus efeitos no Homem é mais uma forma simples e inteligente de actuar, tanto na medicina e como na vida, procurando sempre o bem viver.

Maria Eduarda Fagundes

Fonte: http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/153641.html